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HISTÓRIAS QUE VIVEMOS

por Rui Amaral Lemos Junior

Enzo Ferrari

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Monza 1953 – Ciccio, Farina, Marimon e Fangio. Fangio vence após Ciccio rodar…

Enquanto escrevia sobre o imbróglio sobre o Campeonato Mundial de 2008, minha mente voava, milhares histórias que leio desde que comecei a ler sobre automobilismo desde meus dez anos, outras, milhares que ouvi, e mais milhares que vivi.
Eu era tão ligado que quando saiu a então ótima revista Auto Esporte, ganhei uma assinatura e o assinante era um tal de “Jim Clark do Amaral”!
Clark meu ídolo maior, com o tempo foram aparecendo outros…
Escrevia e ia pensando, histórias de muito antes de meu nascimento, que li e não esqueço, outras de antes de começar a correr, e muitas destes meus setenta anos de vida.
Não sou Ferrarista ( se não escrever com maiúsculas eles me amaldiçoam! ) , mas minha admiração por Enzo Ferrari e sua rica história é enorme.
Costumo dizer que quando ele soltava um traque a Itália e a FIA se borravam. Era fera defendendo sua Ferrari, encarava e batia de frente com quem quer que fosse, mandava, não pedia.

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Enzo com Borzacchini, Giuseppe Campari e Tazio Nuvolari.

Voltemos à década de 1920 quando Enzo tomou uma sábia decisão. Treinando para Targa Florio andou ao lado de Tazio Nuvolari, vendo e sentindo a velocidade dele resolveu abandonar a carreira de piloto e se dedicar à chefiar uma equipe. Sua Scuderia Ferrari passou a ser a equipe oficial da Alfa Romeo.

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Enzo e Tazio

Sobre Tazio ele vaticinou anos depois “não houve, não há e nunca haverá piloto igual!”, concordo com ele, um dia mostro mais de Tazio para vocês, meu amigo e parceiro de escritas Carlos Henrique – Caranguejo – Mércio muito escrevemos sobre ele.
Depois de deixar a Alfa Romeo, onde por mais de vinte anos colecionou inúmeras vitórias em todas as categorias em que participou, tendo em sua Scuderia Ferrari os maiores pilotos da pré guerra.

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GP da Itália 1924

Enzo cumprimenta Antonio Ascari após a vitória, ao lado no colo de um dos membros da equipe Alberto “Ciccio” Ascari, futuro bi-campeão do mundo. Antonio perdeu a vida um ano após no GP da França.
Depois de um período de quarentena quando não podia usar sua marca e usou a marca Auto Avia Costruzioni, Enzo pode enfim ostentar a marca Ferrari em seus carros, e as vitórias voltaram e vieram aos montes, Le Mans 1949, Targa Florio 1948/49. Mille Miglia 1948/49/50/51/52/53, fora as demais categorias em que participou.


No Mundial de F.Um de 1950, que na época era apenas de pilotos, a Ferrari correu com a 125 V12 com compressor e a 275 V12 de 3.300cc, sem vitórias, tendo Alberto “Ciccio” Ascari ficado com o quarto lugar no mundial, atrás das Alfa Romeo, e da Talbot Lago de  Louis Rosier.

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1951 primeira vitória da Ferrari no Mundial da F. Um – Silverstone – José Froilán González vence com a Ferrari 375

Em 1952 a Ferrari vem com uma equipe forte com Alberto “Ciccio”Ascari, José Froilán González, Piero Taruffi, Luigi “Gigi” Villoresi, apostando agora na 375 aspirada. A primeira vitória como marca e equipe vence com José Froilán González, no GP da Inglaterra em Silverstone, e Ciccio Ascari vindo mostrar ao que veio chega perto de Fangio o campeão, vencendo duas vezes. Era a Ferrari querendo dominar a categoria!


Vamos ao campeonato de 1952, e o Comendador… A FIA, decide mudar o regulamento dos motores, coisa que fez várias vezes nesses setenta e cinco anos da F.Um, os motores seriam de 2.500cc aspirados e 750cc comprimidos. Na época dois carros assombravam os outros concorrentes, já com os motores de 2.500cc, a BRM V16, um belo motor de dezesseis cilindros que urrava, Fangio e Gonzalez já haviam andado com ele, ainda sem muitos acertos eram rápidos. Da Alemanha vinha a Mercedes Benz, que havia junto com a Audi no pré guerra, vencido muito, altamente subdisidiadas pelo regime de então. Agora a grana também era alta, a Alemanha Ocidental era altamente abastecida pelo dinheiro vindo do Plano Marshall, consequentemente suas indústrias prevaleciam e entre elas a Mercedes Benz.

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Alberto “Ciccio” Ascari e a Ferrari 500.

Aí entra o fator Enzo! Com muito menos grana para o novo motor, ele “sugere” que as temporadas de 1953/54 sejam corridas com os carros da Formula 2. Acontece que por mero acaso sua Ferrari 500 da F.2 vem arrasando a concorrência com  Gigi Villoresi e seu pupilo Ciccio Ascari, preparadíssimo para ser campeão.
Com uma grande equipe a Ferrari veio para vencer, os pilotos Alberto Ascari, Giuseppe “Nino” Farina,  Luigi “Gigi” Villoresi, Piero Taruffi e ainda dois ou três carros particulares. A Maserati, rival da Ferrari na F.2 vinha com os pilotos Froilán González e Felice Bonetto, tocando a Maserati A6 L6, Fangio acidentado em Monza, só participou do campeonato mais tarde. .  
Das dezessete corridas dessas duas temporadas, Ciccio Ascari venceu quatorze, sendo as outras vencidas por Piero Taruffi e Mike Hawthorn seus companheiros de equipe,  e Juan Manoel Fangio com a Maserati.

À Enzo Ferrari – Sou admirador de Enzo, desculpem a intimidade, por tudo que fez, mas antes de tudo por perseguir seu sonho e transforma-lo em realidade.

Rui Amaral Jr  

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